ATA DA OCTOGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 12-9-2012.

 

Aos doze dias do mês de setembro do ano de dois mil e doze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Adeli Sell, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Freitas, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Maria Celeste, Mauro Zacher, Paulinho Rubem Berta, Pedro Ruas, Toni Proença e Valter Nagelstein. Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Engenheiro Comassetto, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, João Pancinha, Kevin Krieger, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro, Professor Garcia, Sofia Cavedon e Tarciso Flecha Negra. À MESA, foi encaminhado o Projeto de Lei do Legislativo nº 131/12 (Processo nº 1684/12), de autoria do vereador Márcio Bins Ely. Também, foram apregoados os seguintes Memorandos, deferidos pelo senhor Presidente, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, em Porto Alegre: nº 029/12, de autoria do vereador Adeli Sell, no dia dez de setembro do corrente, em Reunião Extraordinária do Pleno do Comitê Estadual de Mobilização pela Segurança no Trânsito, às quinze horas, no Salão Alberto Pasqualini do Palácio Piratini; e nº 022/12, de autoria do vereador Waldir Canal, no dia seis de setembro do corrente, na solenidade de abertura da 9ª Edição da Semana do Peixe, às dezesseis horas, no Largo Glênio Peres. Do EXPEDIENTE, constaram Comunicados do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação do Ministério da Educação, emitidos no dia vinte de agosto do corrente. Às quatorze horas e vinte minutos, foi efetuada verificação de quórum para ingresso na ORDEM DO DIA, constatando-se a inexistência de quórum deliberativo. Em PAUTA, Discussão Preliminar, 2ª Sessão, esteve o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 022/12, discutido pela vereadora Sofia Cavedon e pelo vereador Adeli Sell. Às quatorze horas e vinte e nove minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezesseis horas e vinte minutos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Engenheiro Comassetto, João Antonio Dib, Toni Proença, Dr. Goulart, Fernanda Melchionna, Nelcir Tessaro e Pedro Ruas. Durante a Sessão, a vereadora Sofia Cavedon manifestou-se acerca de assuntos diversos. Às dezessete horas e três minutos, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para Sessão Extraordinária a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Mauro Zacher e Haroldo de Souza e secretariados pelo vereador Carlos Todeschini. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelos senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Solicito abertura do painel eletrônico, para verificação de quórum, para entrarmos na Ordem do Dia. (Pausa.) (Após o fechamento do painel eletrônico.) Dezessete Vereadores presentes. Não há quórum.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 1372/12 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 022/12, de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que altera o inc. III do art. 11 e inclui art. 14-A na Lei Complementar nº 628, de 17 de agosto de 2009, e alterações posteriores, dispondo sobre a proibição de venda ou disponibilização de bebidas alcoólicas a crianças e adolescentes.

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, boa-tarde! Está na Pauta de hoje o Projeto do Ver. Márcio Bins Ely que pretende alterar as disposições sobre a venda de bebidas alcoólicas para crianças e adolescentes. Acho importante iniciarmos este debate nesta tarde tratando de como a Cidade se organiza, Ver. Todeschini, para atender crianças e adolescentes. O tema álcool e drogas é um tema que seria amenizado, e muito, se tivéssemos um profundo investimento em Educação. Recebi, hoje pela manhã, Ver. João Antonio Dib, uma comissão de mães da Escola Municipal Loureiro da Silva, que relataram várias situações de envolvimento das crianças principalmente com a violência decorrente do consumo de álcool e de drogas na comunidade e no entorno. Mas o tema central dessas mães era o fechamento, Ver. Todeschini, do Centro de Danças da Escola Municipal Loureiro da Silva. Só para ilustrar a situação, nesta semana, mais especificamente na segunda-feira, a professora de balé voltou da licença-gestante e já foi convidada para trabalhar numa Escola Infantil, e, já no início do ano, a professora de dança folclórica foi colocada em sala de aula, com turma, ou seja, foi retirada do projeto, um projeto que já abriu seminários internacionais, que já abriu o Fórum Mundial de Educação, com uma dança de alto nível. Na ocasião, a comunidade da Vila Cruzeiro ganhou sala com espelhos, adequada para dança, e o Centro de Danças da Escola Municipal Loureiro da Silva já chegou a atender 400 crianças e adolescentes com dança de rua, com balé, com dança folclórica. Só que, na política gerencialista da atual Administração, essas professoras não dão aula. Aliás, uma das professoras teve suspenso o seu estágio probatório nesse período porque o que fazia não era considerado trabalho de professor – pasmem! – e foi substituída por oficineiros, que, obviamente, têm o seu valor. Mas, então, não faça, o Governo Municipal, a demagogia de instalar o Centro de Dança, como instalou os Centros de Música, por decreto, com publicação no Diário Oficial, pois eles não funcionam, estão sendo esvaziados.

A prevenção do álcool e da droga, Ver. Márcio Bins Ely, passa pelas crianças estarem na escola. E é verdade que as escolas estaduais têm problemas de professores. Depois de anos, foi realizado concurso, e foi um crime o que a então Secretaria de Educação do Governo Yeda fez, quando cancelou um concurso público, pois agora feito o concurso, nós temos milhares de contratos temporários, e o relato que temos das escolas estaduais é que os contratados não ficam, saem da escola, ou seja, temos, permanentemente, contratados entrando e saindo. Pior: os professores contratados são muito novos, têm pouca formação, não formam grupo, então a escola está com dificuldade de repor o Quadro de Pessoal.

Mas a escola municipal, que não viveu isso, que tem concurso público aberto, que tem cargos vagos, tem, no mínimo, três, quatro, cinco professores faltando por escola. Vou repetir: três, quatro, cinco professores faltando por escola. Isso significa que as crianças saem mais cedo, que as crianças estão sendo prejudicadas. Ontem, eu passava pela Escola Lauro Rodrigues, no Jardim Ingá, e a primeira coisa que o Diretor me falou, quando saiu para o almoço, foi: “Vereadora, faltam cinco professores na minha escola”. Quer dizer, Zona Norte, Jardim Ingá, escola municipal.

Portanto, temos que discutir, aqui, não só a consequência para o jovem que já está numa situação séria por causa das drogas e do álcool, temos que discutir aqui as políticas continuadas, que precisam ser eficientes, eficazes, acolhedoras, e que têm de dialogar com os jovens. E uma escola pública que sequer professor tem não consegue cumprir esse papel. Nunca pensei que estaríamos numa situação como esta nas escolas municipais. Sem falar que estão terminando os grandes movimentos de cultura, de arte e educação, que envolvem essa juventude, e que, de fato, fazem educação. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

(O Ver. Mauro Zacher assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Antes de chamar o próximo Vereador para discutir a Pauta, queria convidar os senhores Líderes para se aproximarem da Mesa, a fim de que possamos construir um acordo para fazermos uma Sessão Extraordinária e abrirmos a Ordem do Dia. (Pausa.)

Nós iremos suspender a Sessão por alguns minutos. Eu convido as Sras. Vereadoras e os Srs. Vereadores para que compareçam ao Salão Nobre para que possamos fazer os novos encaminhamentos. Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h29min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher – às 16h20min): Estão reabertos os trabalhos da presente Sessão.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ADELI SELL: Pedi para falar para que os Projetos possam correr e espero que a gente debata essa questão das drogas e álcool com mais vagar no correr do semestre e nas Comissões, para que a gente possa entrar na votação, é isso que eu quero dizer. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. DJ Cassiá está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste.

Não há mais Vereadores que queiram discutir a Pauta.

Agora há pouco, no Salão Nobre, fizemos um acordo de iniciarmos uma Sessão Extraordinária específica para votarmos os subsídios. Consulto os Srs. Vereadores e as Sras. Vereadoras... Havendo a concordância dos Vereadores, solicito a abertura do painel.

O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Mauro Zacher; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, eu quero aqui, em nome da minha Bancada, a Bancada do Partido dos Trabalhadores, não deixar de tratar o tema que está sendo mais debatido na cidade de Porto Alegre, que é o tema da Saúde pública. E quero dizer que a atual gestão perdeu uma grande oportunidade de reestruturar a Saúde pública em Porto Alegre; e trago aqui as justificativas. Primeiro, porque na eleição passada, a chapa Fogaça/Fortunati anunciou que deixaria este ano a Prefeitura com 200 equipes da Saúde da Família; tarefa está não cumprida.

Em 2003 e 2005, o repasse para Porto Alegre era de R$ 286,00 per capita; hoje é de R$ 386,00. Cem reais a mais no repasse para cada cidadão de Porto Alegre, das pessoas que moram em Porto Alegre. Aumentou, prezados ouvintes, R$ 100,00 de repasse do Governo Federal nesse período.

O Governo Federal repassou para Porto Alegre recurso para construir quatro Unidades de Pronto Atendimento, meus colegas médicos aqui presentes, que está depositado há mais de quatro anos nos cofres da Caixa Econômica Federal, e o Município não apresenta projeto para construir, com exceção de uma UPA na Zona Norte, no Centro Vita. Agora, onde está a UPA da Zona Sul, Brasinha? Onde está a UPA da Zona da Entrada da Cidade, na região no Humaitá-Navegantes? Onde está a UPA da Zona Leste, no Jardim Carvalho, Partenon? Não existe nem projeto. Portanto, a população de Porto Alegre não pode continuar sendo tratada dessa maneira no tema Saúde pública! Vejam só: aumentou o repasse do Governo Federal para a Saúde de Porto Alegre. Há projetos para a Saúde fazer construções novas e as Unidades de Pronto Atendimento. O Governo Fogaça/Fortunati anunciou que deixaria, este ano, 200 Unidades de Saúde da Família; temos cento e poucas Unidades. Quando nós saímos, havia 92 Unidades de Saúde da Família que funcionavam, o sistema estava sendo implementado – e o Dr. Goulart, que é médico, sabe disso. E, durante esse período, ainda tivemos um conjunto de desmandos. Quais foram os desmandos, prezados ouvintes? Foi contratado o Instituto Sollus, lá de São Paulo, que não tinha nenhuma vivência com Porto Alegre, não conhecia a estrutura. E nós, aqui desta tribuna, a Bancada do Partido dos Trabalhadores, quando foi feito o anúncio dessa contratação, estivemos aqui nesta tribuna e pedimos ao Prefeito, na época, o Fogaça, que não contratasse, porque daria errado, e deu errado: desviaram R$ 10 milhões, que não retornaram aos cofres públicos. No meio do caminho, com todo o respeito que sempre tive às figuras políticas, foi assassinado um Secretário de Saúde, o Sr. Eliseu Santos, fato esse não apurado até agora. Esta Casa teve a oportunidade de constituir uma CPI para analisar a Saúde; não o fez, a base do Governo não aceitou esse debate, não aceitou averiguar, e a Saúde está um caos na cidade de Porto Alegre.

Eu fiz aqui, outro dia, um pronunciamento, e cada colega que conhece a Cidade, que está andando pela Cidade... Vamos lá na Cohab/Cavalhada: por que o posto de saúde de lá, cujo terreno está há seis anos destinado para tal, pois houve uma Emenda – inclusive, do Governo Federal, através da Deputada Maria do Rosário, R$ 250 mil – a Emenda foi...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Muito obrigado, Sr. Presidente, eu creio que o cronômetro não estava correto, eu farei a conclusão da minha fala. Nesse tema da Saúde a população toda apresenta a sua insatisfação, a sua indignação, e os programas de campanha apresentados pelo Prefeito Fortunati mostram como a quinta maravilha do mundo a Saúde pública de Porto Alegre! Isso não é uma realidade, não é uma verdade, não é o que nós encontramos! Então, eu peço aqui ao Ver. João Antonio Dib e a toda a base do Governo que anunciem lá ao candidato Fortunati que mude aquele programa da Saúde, porque não está sendo coerente com a realidade da cidade de Porto Alegre! Um grande abraço, e muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Obrigado, Ver. Engenheiro Comassetto.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Mauro Zacher; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, minhas senhoras e meus senhores, faltam 110 dias para que eu seja um ex-Vereador de Porto Alegre, mas eu ainda não ouvi tudo o que é para ser ouvido! Parece que o Governo Federal tem todo dinheiro do mundo para atender Porto Alegre. Não é verdade! No ano de 2002, o Presidente Fernando Henrique Cardoso mandou para a Saúde de Porto Alegre R$ 307 milhões. Aplicada a inflação, em 2003, deveriam vir R$ 384,7 milhões. E quanto veio? Vieram R$ 251 milhões! O que o Governo Federal tirou? Tirou R$ 133 milhões da Prefeitura de Porto Alegre! E aí estão dizendo que a Prefeitura manda! Se fizer a conta dos R$ 386, por habitante, nesta Cidade, vai dar um valor que não chega aos R$ 560 milhões que a Saúde não recebe! Agora, se quiserem saber qual é o problema da Saúde no Brasil, é a fraude executada pelo Governo Federal! O Governo Federal tinha a Emenda nº 29 na Constituição, e o Doutor honoris causa Luiz Inácio Lula da Silva impediu que fosse votada a sua regulamentação, porque daria 10% da Receita Tributária da União para a Saúde. E impediu por duas vezes! A Presidente Dilma deixou votar, na Câmara, mas manobrou no Senado, e a Saúde emprega, dos recursos da União, três e meio por cento! É um pouco diferente de dez! Aí dizem que tem dinheiro na Caixa, que o dinheiro está depositado no cofre. Parecem que não sabe o que é banco! O dinheiro gira, e no cofre não fica porque estaria no Banco Central. E eu tenho que ouvir, aqui, isso tudo.

Aí trazem o assassinato de uma pessoa querida nesta Cidade, nesta Casa, onde foi Vereador, que não tem nada que ver com o Instituto Sollus, e sim com a empresa que o PT contratou sem licitação. Sem licitação! E depois esquecem que eu vim aqui e mostrei que, no caso do Instituto Sollus, em oito dias a Prefeitura tomou todas as providências que poderia tomar: apresentou queixa na delegacia em Porto Alegre; queixa na delegacia em São Paulo; fez sindicância e o bloqueio dos bens. E fez o levantamento: R$ 5 milhões e 826 mil. Os Diretores do Instituto Sollus tiveram todos os seus bens bloqueados, e está na cobrança da dívida ativa. Agora, até matam um Secretário por conta de uma coisa que não aconteceu. A empresa de segurança que foi citada no Processo do Secretário foi contratada pelo PT – mais uma vez! – sem licitação! No Governo Fogaça foi feita uma licitação; ganhou a empresa Reação. E, com ela, aconteceram coisas; estão fazendo ilações que não têm nada a ver com o Instituto Sollus.

E essa história de que o dinheiro está aí, isso é brincadeira. Para a Prefeitura fazer o programa Minha Casa, Minha Vida as dificuldades são tamanhas que nem isentando uma série de coisas dentro dos terrenos conseguem fazer, porque o Governo Federal é maravilhoso: dá Bolsa Família, Bolsa Carinho, bolsa não sei quê. Mas quem é que paga? Os Municípios! Porque é desvinculado da Receita da União. Desvincula 20%, e esses são os 20% que o Município não recebe. O problema do IPI reduzido é a mesma coisa que os Municípios deixam de receber. Então, fazem muita festa para esse Governo Federal que está desgraçando este País. Está desgraçando este País! Só brilhando na publicidade, como se fosse o melhor de todos; mas não é! Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Toni Proença está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. TONI PROENÇA: Sr. Presidente, Ver. Mauro Zacher; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores; Ver. José, volto ao tema, Ver. João Dib, Líder do Governo, da regularização fundiária e da urbanização. A cada dia que passa me convenço mais, Ver. Brasinha, de que este é um tema que tem que ser enfrentado por todos nós, Vereadores, pela Prefeitura, pelos Governos estadual e federal, pelo conjunto das forças vivas da sociedade.

Não é admissível que uma cidade como Porto Alegre tenha 750 comunidades em condições irregulares, sem regularização fundiária, sem urbanização, sem as mínimas condições de dignidade. A maioria delas não tem fornecimento regular de água, não tem fornecimento regular de energia elétrica e, com isso, terminamos por construir uma vida pouco saudável, o que leva as pessoas a engrossarem as filas nos postos de saúde e nas Emergências dos hospitais. São comunidades com esgoto a céu aberto, com dificuldade de acesso dos próprios moradores, o que dirá das forças policiais, das ambulâncias, dos bombeiros. Assistimos a todo o momento a incêndios que poderiam ser minimizados com a atuação dos bombeiros, que não conseguem acessar, Ver. Tarciso, a parte interna dessas comunidades, porque são verdadeiros becos, muitas vezes escadarias esculpidas no próprio morro – em muitos casos; a comunidade providencia a escada de concreto, mas, na maioria das vezes, são escadas esculpidas no próprio morro –, às vezes rampas, precariamente construídas. E essas comunidades também estão sujeitas a áreas de risco, alagamento por arroios. O Ver. Tessaro, que está nessa luta em toda a Cidade, tem acompanhado isso.

Eu acho que este é um tema que deve ocupar a agenda de todos nós, Vereadores, Vereadoras, Prefeito, Secretários Municipais, Secretários de Estado, do Governador; afinal de contas, o fornecimento de energia elétrica é feito pela Companhia Estadual de Energia Elétrica, que é afeta à Secretaria de Infraestrutura, e o Secretário Beto Albuquerque está fazendo um esforço grande. Mas há que haver um pacto, inclusive com o Poder Judiciário, para que a gente possa regularizar, urbanizar e tratar de dar acesso à água potável, à energia elétrica, ao saneamento através da canalização do esgoto pluvial e cloacal, e principalmente que a gente possa trazer essas comunidades para a cidade formal. Hoje, boa parte dessas comunidades estão na informalidade, e eles querem pagar a sua conta de água, pagar sua conta de luz, pagar IPTU, mas ter direito às políticas públicas da Prefeitura Municipal e do Governo do Estado através da CEEE. É por isso que devemos somar esforços, todos, nesse tema da regularização fundiária, da urbanização. É preciso que haja um pacto na Cidade, para que este tema seja enfrentado, para que a gente possa estabelecer um cronograma de enfrentamento dessa situação, e para aquelas comunidades, onde a gente não possa fazer regularização fundiária, que a gente estabeleça um cronograma de reassentamento das famílias. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

(O Ver. Haroldo de Souza reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Dr. Goulart está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. DR. GOULART: Sr. Presidente, meus cumprimentos; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, meu Líder de Bancada, Ver. DJ Cassiá, que me permitiu este momento para conversar com os senhores, eu me atrevi a vir à tribuna falar porque observei que muitas das falas foram ao redor da Saúde. E a gente fica ao redor da Saúde pensando em coisas que poderão vir, em verbas que poderão vir, em UPAs que poderão ser levantadas, e elas demoram, demoram... E não é no Governo Fortunati, é em todos. Em todos os Governos é a mesma coisa. Ou melhor, não é só em Porto Alegre: é no Brasil. Eles inventaram o melhor sistema de saúde do mundo, que é o SUS, mas não quiseram bancá-lo; eles inventaram o grande sistema, mas não quiseram implementá-lo. Ele funciona muito bem nos casos complexos: enquanto a retirada de útero dá para toda a equipe e para o hospital R$ 237,00, para haver um transplante de rim são R$ 50 mil, 60 mil. Há uma inversão nessas coisas. O útero tirado de mulheres, dessas cirurgias, não morre quase nenhuma, mas, dos transplantados, morrem muitos.

Mas, meus irmãos queridos – eu já disse isso nesta tribuna e volto a dizer; deu alguma repercussão, mas eu quero que tenha uma imensa repercussão –, nós temos que ter um hospital aberto esta hora, em Porto Alegre, para começar a operar neste próximo fim de semana! Neste próximo fim de semana, o Hospital Conceição, todo o Grupo Conceição, o Hospital Presidente Vargas, qualquer hospital público tinha que abrir as suas portas, Pedro Ruas, para operar, porque eles estão prontos, os enfermeiros e as enfermeiras, bravos e heroicos, estão prontos, os remédios, a anestesia está pronta, a sala de cirurgia está pronta! Por que eu digo isso? Porque o Hospital Mãe de Deus, o Hospital Moinhos de Vento, o Divina Providência, esses hospitais operam sexta, sábado e domingo, em três turnos: de manhã, de tarde e de noite. Os hospitais privados ganham dinheiro dos planos de saúde e das pessoas particulares por trabalharem três turnos no fim de semana, porque os hospitais não devem, num momento triste da saúde do mundo e do Brasil, como hoje, operar só urgências, estarem abertos para operar só apendicite, só gravidez nas trompas, só aborto, só infecção dentro da barriga. É muito pouco, é muito caro um hospital ser levantado para operar só emergências no fim de semana. Tem que operar essas pessoas que estão presas nas gavetas dos postinhos de saúde, há dois anos, três anos, quatro anos. Este é o “ovo de Colombo” da Saúde! Este é o “ovo de Colombo” da Saúde! Precisamos operar nos fins de semana os nossos irmãos que estão esperando, desesperadamente, por uma cirurgia do SUS que não vem nunca! Precisamos de efetivo, de médicos operando, de anestesistas, de médicos e médicas, de enfermeiras e enfermeiros operando no hospital que está aberto aí, Dib – está aberto um hospital! É só irmos, no fim de semana, em todos os hospitais públicos, que eles estão parados!

“Ah, mas o Conceição faz duas, três cirurgias no sábado”. É pouco! O Presidente Vargas não faz nenhuma.

Eu não estou fazendo crítica especificamente a um Governo: eu estou falando em gestão de Saúde proativa: temos um hospital aberto na cidade de Porto Alegre para operar os nossos irmãozinhos, os brasileirinhos que precisam ser operados. Ajudem-me, Srs. Vereadores! Comissão de Saúde, ajude-me! Ajude-me, Dr. Thiago, a trabalhar nessa direção, porque estaremos resolvendo o problema daquilo tudo que se falou, desta tribuna, desde o início.

Viva a Saúde! Viva o SUS! Viva todos os turnos: sexta-feira, sábado e domingo! Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, parece-me que o problema do Brasil não é o Bolsa Família, nem os programas assistenciais que não combatem a lógica de concentração de riqueza. Não são os programas assistenciais o problema do nosso País. O problema do nosso País é o “bolsa banqueiro”, que o Governo do PT segue financiando a partir dos juros e amortização da dívida pública.

Neste ano, foram mais de R$ 300 bilhões só de juros e amortização da dívida pública para grandes banqueiros e rentistas internacionais, enquanto que da Saúde foram cortados R$ 5 bilhões!

E eu digo isso, porque eu ouvia, atentamente, as intervenções, e concordo com o Ver. Comassetto quando fala da luta pela investigação dos R$ 9 milhões roubados em Porto Alegre, e nós não só concordamos com o discurso, como o Ver. Pedro Ruas foi linha de frente na luta pela implementação da CPI da Saúde, junto com a Ver.ª Maria Celeste e com outros Vereadores que estiveram nessa batalha também.

Mas nós temos que ser coerentes, porque a luta por mais recursos na Saúde também está vinculada com a luta sobre o Orçamento do Governo Federal. E o Governo Federal tem financiado, através desse Orçamento, e dessa dívida pública – que nunca foi auditada, é verdade –, que Fernando Henrique também pagou, e não é nenhuma novidade a postura neoliberal dos governos anteriores, mas a novidade foi a incorporação do Governo do PT às mesmas regras do jogo.

E isso tem a ver com os hospitais federais, com as cirurgias que estão atrasadas – e outros Vereadores mencionaram isso da tribuna –, com o afogamento da emergência por falta de investimento e ampliação dos hospitais; com a gestão ou com a péssima gestão e com gestões partidarizadas, como acontecem no Grupo Hospitalar Conceição, onerando a população. E, infelizmente, esta é a lógica que comanda a política.

Ontem, quando anunciaram a senadora Marta Suplicy para o Ministério da Cultura, eu fiquei muito feliz, porque a Ana de Hollanda caiu – uma péssima Ministra da Cultura, autoritária, elitista, arbitrária, que recuou em vários temas que haviam sido construídos pelos movimentos sociais e pelo próprio Ministro Gilberto Gil em relação à cultura digital. Mas os métodos não são importantes? Não é, absolutamente, curioso que na mesma semana em que a Marta entra na campanha do Haddad a Prefeito de São Paulo, ela seja premiada com o título de Ministra da Cultura? Não é, no mínimo, estranho que se troque Ministérios por apoio político, quando nós estamos falando de um Ministério fundamental, que usa apenas 0,04% de todo o Orçamento da União? E a Cultura é fundamental para o futuro do Brasil, e é importante a possibilidade de a população ter acesso à descentralização da Cultura. Alguns diziam, ontem, no Twitter e no Facebook, Ver. Pedro Ruas, que a Presidente Dilma jamais faria isso, porque seria um “tiro no pé”, ela daria argumentos para os conservadores criticarem a indicação da Marta em função do troca-troca ou da negociata. E eu fiquei tão revoltada, que compartilhei com os meus amigos: “Mas quem são os conservadores?” Eu não conheço ninguém mais conservador do que o Maluf, que está apoiando o Haddad em São Paulo; não conheço ninguém mais conservador do que aquele que é condenado por corrupção em vários países do mundo e é um filhote da ditadura militar e que está na base do Governo Dilma, e que está junto com o Haddad em São Paulo; não conheço mais conservador do que Sarney, do que as bancadas que não permitem um avanço do kit anti-homofobia nas escolas. Então, eu acho que é muito complicada essa lógica de tratar os Ministérios como um balcão de negócios. Os mesmos métodos levam aos mesmos resultados. E eu quero dizer aos artistas de Porto Alegre e do Brasil que não tenham ilusões em Ministro nenhum, que sigam a sua mobilização e façam do seu protagonismo o renascimento e a luta por uma cultura verdadeiramente pública.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. NELCIR TESSARO: Sr. Presidente, Ver. Mauro Zacher; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, público que nos assiste, eu não ia usar este Tempo de Liderança de hoje, mas estou usando, Ver. Mauro Zacher, porque acredito e sempre gosto de preservar a instituição Câmara Municipal e principalmente a Presidência da Câmara Municipal de Porto Alegre. Ontem, pela manhã, tomei-me de surpresa quando um candidato a Prefeito desta Capital esteve numa rádio de grande audiência desta Capital, falando sobre assuntos da Saúde e atribuindo à minha pessoa a culpa por não ter sido realizada a CPI da Saúde nesta Casa. “Por que não se pôde, porque foi trancada a CPI, por via judicial, prejudicando os cofres públicos municipais”. Eu fiquei muito surpreso, porque nesta Casa há uma Comissão de Saúde com plenos poderes para investigar, ir ao Ministério Público, à Polícia Federal. Existe esta Instituição, composta por 36 Vereadores, para a qual, a cada ano, um deles é eleito para ser o Presidente da Câmara Municipal. Ele é Presidente dos 36 Vereadores e tem de preservá-los. Então, quero dizer, Ver.ª Sofia, que fico muito tranquilo com o que digo aqui. Mas muito me admirou que esse candidato a Prefeito de Porto Alegre – que até dois meses era CC, e o foi por muitos anos desta Câmara Municipal – que não conheça o Regimento da Câmara. Todo o CC tem de conhecer o Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre, no mínimo, para saber que uma CPI só pode ser proposta com 12 Vereadores no exercício da Vereança. E o Presidente deve, sim, respeitar esta Câmara Municipal e agir na legalidade, zelando para que o Regimento desta Câmara Municipal seja aplicado. Então, quero aqui ler um trecho da sentença do Douto Juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública do Estado do Rio Grande do Sul, que diz o seguinte: “Verifique-se a constar a assinatura da Vereadora Neuza Canabarro, que não se encontrava no exercício de sua atividade, como Vereadora, na data em que foi apresentado perante a Câmara de Vereadores o requerimento. A minoria, caracterizada por um terço de assinaturas de Vereadores para instalação da CPI, deve ser regularmente composta. Sendo assim, para caracterizá-la, é necessário que os que a assinarem devem estar efetivamente no regular exercício da função de Vereador no momento da apresentação do requerimento na Casa Legislativa”. Ora, o Juiz bem disse que são necessários 12 Vereadores para a instalação de uma CPI, e o Presidente não assina uma CPI; o Presidente preside esta Casa; o Presidente recebe e verifica a legalidade, encaminha à Procuradoria, e se estiver legal, determina a instalação da CPI, mas pela legalidade dos autos. Não defendo as irregularidades, devem ser investigadas, mas há meios para investigá-las. Irregularidade se investiga de outras formas. Os Vereadores, individual ou coletivamente, podem ir, como já fomos por diversas vezes, ao Ministério Público, à Polícia, a todos os lugares. Agora, nós, como Vereadores, e eu fico até dia 31 de dezembro, temos que respeitar o Regimento que nós juramos respeitar no dia em que aqui entramos. Isso vale para todos os Vereadores e para a Presidência da Casa. Respeitar o Regimento desta Casa, que é a Lei maior que nos rege. Por isso eu digo: tem-se que conhecer o Regimento para depois falar.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, eu não ouvi – meu caro Nubem, que me dá a honra – o programa do qual falou S. Exa., o Ver. Tessaro. E acho mais: não me parece que esta tribuna seja – tenho todo o respeito pelo Ver. Tessaro, ele sabe disso – o local adequado para um debate dessa natureza. Acho que o local seria o programa eleitoral, uma resposta no programa eleitoral, não aqui na tribuna da Casa. ,Mas não tiro o direito de V. Exa., apenas é um direito de qualquer Vereador usar a tribuna, mas não me parece o foro adequado. Mas respondo, quanto ao mérito, quanto a Casa, Ver. João Dib – antes dos 110 dias que nos separam da sua ausência –, não houve a continuidade da CPI, Ver. Tessaro, porque V. Exa. ingressou com uma ação. V. Exa. entrou com uma ação judicial e suspendeu! Agora, tem que assumir os atos. Tem que assumir que foi V. Exa. que entrou com a ação judicial e suspendeu o andamento da CPI da corrupção na Saúde. É um fato histórico! Foi V. Exa. quem fez!

Agora, V. Exa. tem motivos e pode esclarecê-los da tribuna. Há uma questão da validade ou não da assinatura da Ver.ª Neuza Canabarro – há todo um debate. Agora, o que V. Exa. não pode é dizer que isso não aconteceu. Isso aconteceu! E se aconteceu, nós temos que colocar, exatamente, os fatos como eles ocorreram. Havia, e do meu ponto de vista há, a necessidade de uma CPI da corrupção na Saúde em Porto Alegre, em função dos episódios gravíssimos do Instituto Sollus e da Empresa Reação, e eu lutei durante dois anos por isso. Lutei durante dois anos e perdi! Perdi, é verdade, mas não desisti até agora! Não desisti até agora! Dizia o Darci Ribeiro: “Eu perdi a maior parte das lutas que travei, mas não queria estar nem por um segundo no lugar dos que venceram”.

Portanto, naquela luta houve vitória parcial temporária da tese de V. Exa., no Judiciário; do meu ponto de vista, errado! Quando a Vereadora assinou o pedido de CPI, ela era titular. O Requerimento, o momento da entrega, pouco importa. Os Vereadores e as Vereadoras fazem projetos de lei e podem pedir para um assessor fazer o protocolo, como eu já fiz inúmeras vezes. Nós estamos cansados de analisar e votar projetos apresentados por Suplentes de Vereadores, que quando são votados, os Suplentes já não estão no exercício, e nem por isso deixamos de votá-los. Há teses distintas? Há. Agora, há fatos concretos! A CPI da corrupção na Saúde não foi concretizada, teve três Sessões apenas, porque V. Exa., Ver. Tessaro, ingressou com uma medida judicial, sozinho, e foi vitorioso no Judiciário. Mas a iniciativa foi de V. Exa., e nós não pudemos apurar! E nós não sabemos quem são os responsáveis! Não há corrupção unilateral; para alguém ganhar fora, tem que alguém facilitar dentro. Nós não pudemos apurar quem facilitou, quem promoveu e ajudou a corrupção, porque não houve a CPI da corrupção na Saúde. Nós não pudemos trabalhar na devolução dos valores – R$ 9,6 milhões da Sollus, na época, R$ 4,8 milhões da empresa Reação, na época – porque V. Exa. impediu judicialmente esse trabalho. É um fato real, é um fato histórico. Não quero, aqui, fazer debate eleitoral, porque não posso, mas, como V. Exa. traz um tema que me é caro... Fui eu o primeiro signatário, fui eu quem trabalhou dois anos buscando assinaturas que nunca chegaram na tal da matemática, portanto me sinto no direito, e no dever – no dever, Ver.ª Fernanda Melchionna – de dizer que há, sim, um impedimento legal para a continuidade, para a realização da CPI da corrupção na Saúde, e esse impedimento legal somente ocorreu por decisão judicial em processo cuja autoria é do Ver. Nelcir Tessaro, cuja autoria é de Vossa Excelência. Então, vir à tribuna trazer um debate que, do meu ponto de vista, deveria se travar nos programas de televisão e rádio destinados a isso... Mas não fugimos do debate aqui também, e é um direito do Vereador trazê-lo. É um direito; não me parece adequado, mas não é fora do direito.

Encaminho ao encerramento, dizendo o seguinte: temos convicção absoluta, Ver.ª Fernanda Melchionna, de que a CPI da corrupção na Saúde era e é necessária em Porto Alegre – era e é necessária em Porto Alegre! –, como sabemos que ela não ocorreu em função de medida judicial ajuizada, proposta, buscada pelo Ver. Nelcir Tessaro. Isso é um fato histórico, e se esse fato tem relevância política, nós vamos tratar dele na política, incluindo, é claro, o período eleitoral, mas, além do período eleitoral, mantendo a mesma posição.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Obrigado, Vereador.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Vereador-Presidente, não solicitarei o direito de resposta porque não considerei ofensivo, apenas quero fazer o registro de que o Ver. Tessaro insistiu que esta Presidente, ao instalar a CPI da Saúde, desconhecia o Regimento.

Apenas quero dizer, Ver. Tessaro, que nós tínhamos parecer da Procuradoria da Casa, considerando válida a assinatura da Ver.ª Neuza. E esta Presidente, portanto, instalou, baseada nesse Parecer da Procuradoria, a CPI da Saúde, no ano de 2011.

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Nada mais havendo a tratar, encerro a presente Sessão, convidando os senhores Líderes para que possamos fazer a Emenda coletiva para ingressarmos na Sessão Extraordinária e votar o Projeto dos subsídios.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h3min.)

 

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